Escritas dez anos após sua conversão (397-400), as Confissões são, ainda hoje, modelo de narração autobiográfica. Escritura serrada, densa, nutrida de citações meditadas das Escrituras e de reflexões filosóficas são um grande espelho da alma inquieta e perturbadora de Agostinho. Revelam uma vontade intensa de encontrar a verdade definitiva, absoluta, que satisfaça sua imensa sede de saber, de crer, de ser perdoado. Livro único, as Confissões revelam os dotes, o impulso da vida, a sensibilidade aos problemas da existência humana. Referem à vida humana como exemplo do que é para o ser humano a procura de Deus. O título, Confissões, indica o propósito da obra. A palavra significa simultaneamente confissão dos erros, das falhas, dos pecados e louvor a Deus. O próprio Agostinho, nas Retractationes II, 6, referindo-se a esta obra revela: "Os treze livros das minhas Confissões louvam o Deus justo e bom por meus males e bens, e elevam até ele a mente e o coração dos homens; senti esse efeito enquanto as escrevia, e torno a senti-lo cada vez que as leio". As Confissões estimulam o espírito e o coração do homem para Deus.
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